feelings of mioma



[image 1] “Ampulheta. Desce sangue Fica neblina.”
Desenho I de uma série de três desenhos sobre um processo de esvaziamento de um corpo assolado por uma doença uterina. A confusão e não reconhecimento do próprio corpo, nossa primeira casa, perturba. Todos os dias a energia vital a escorrer pelo ralo e uma névoa a substituir o espaço do sonho.
A esperança por dias melhores e início de uma real cura passaram por uma visita ao solo do cerrado Brasileiro e amigos-raiz.
Neste desenho / momento tudo era luta para o resgate da intimidade com meu corpo cíclico, com esta relação que tanto ensina sobre ver o escuro absoluto antes de retornar à luz. De repente este corpo era só perca, monótono, sempre a esvair. Agarrei-me na memória, de mim, dos meus, nas amizades que se fortaleceram. Este corpo aos poucos toma força para dissipar a névoa e retomar seu caminhar, ondular e cíclico. Afinal, em modo macro, independente de úteros, a vida também é sobre ciclos, mortes, renascimentos, sobreviver e se reerguer.
Toda névoa uma hora se dissipa.
—
Drawing I of a series of three drawings about a process of emptying a body accomited by a uterine disease. The confusion and non-recognition of one's own body, our first home, is disturbing. Every day the vital energy flowing down the drain and a fog replacing the dream space.
The hope for better days and the beginning of a true cure passed through a visit to the bioma of the Brazilian Cerrado and rooted friends. At that moment, everything was a struggle to regain intimacy with my cyclic body, with this daily relationship that teaches so much about seeing absolute darkness before returning to light. All of a sudden this body was just lost, monotonous, always fading. I held on to the memory, of me, of mine, of the friendships that were strengthened. This body gradually gains strength to dissipate the fog and resume its undulating and cyclical walk. After all, in macro mode, regardless of wombs, life is also about cycles, deaths, rebirths, surviving and rebuilding. Every fog one hour dissipates.
[image 2] “Falsas promessas para aprisionar o tempo e drenar a luz”
Desenho II de uma série de três desenhos sobre um processo de esvaziamento de um corpo assolado por uma doença uterina (mioma). A confusão e não reconhecimento do próprio corpo, nossa primeira casa, perturba. A esperança por dias melhores e início de uma real cura passaram por uma visita ao solo do cerrado Brasileiro e amigos-raiz.
Este desenho é para lembrar o sagrado do tempo; que o poder sobre minha luz e o meu tempo é meu; que o coração não é para aprisionar um corpo ao chão e sim para libertar. Que uma relação não é a doação de energia unilateral, e sim um diálogo e um compromisso constante de crescimento mútuo.
Me deixei enganar, a me esvaziar ainda mais num processo criar raízes em terreno estéril. Tomo forças para, novamente, voar. Criar raízes onde eu puder somar, onde puder amar.
—
Drawing II of a series of three drawings about a process of emptying a body ravaged by a uterine disease. The confusion and non-recognition of one's own body, our first home, is disturbing. The hope for better days and the beginning of a real cure passed through a visit to the bioma of the Brazilian Cerrado and rooted friends.
This drawing is a to remember the sacredness of time; that the power over my light and my time is mine, that the heart is not for imprisoning a body to the ground, but for freeing. That a relationship is not one of unilateral donation of energy, but a dialogue and a constant commitment to mutual growth. I allowed myself to be deceived, to empty myself even more into barren ground. I take strength to fly again. Create roots where you can add, where you can love.
[image 3] “Depois que nascer quero subir o monte”
Desenho III de uma série de três desenhos sobre um processo de esvaziamento de um corpo assolado por uma doença uterina. A confusão e não reconhecimento do próprio corpo, nossa primeira casa, perturba. A esperança por dias melhores e início de uma real cura passaram por uma visita ao solo do cerrado Brasileiro e amigos-raiz.
Neste momento estou aqui, neste desenho. O pior já passou, começo a ver a luz de todas cores novamente! Reaprendo a ser nesse novo corpo, reconheço-me, rememoro. Aos poucos liberto as asas, num processo lento que precisará de muito alongamento antes dos próximos movimentos.
O arco-íris me leva à montanha do desconhecido. Do porvir, do novo. Não sei o que lá estará para eu ver, mas sei que estou aqui para VIVER. Em breve é hora de alçar vôo. Cumprir meu propósito de ser.🌈
—
Drawing III of a series of three drawings about a process of emptying a body ravaged by a uterine disease. The confusion and non-recognition of one's own body, our first home, is disturbing. The hope for better days and the beginning of a real cure passed through a visit to the bioma of the Brazilian Cerrado and rooted friends.
Right now I'm here, in this drawing. The worst is over, I'm starting to see the light of all colors again! I relearn to be in this new body, I recognize myself, I remember. Gradually I free my wings, in a slow process that will need a lot of stretching before the next movements.
The rainbow takes me to the mountain of the unknown. Of the future, of the new. I don't know what will be there for me to see, but I know I'm here to LIVE. Soon it's time to take flight. Fulfill my purpose of being.🌈